Quando na sua pele molhada
A minha, ligeiramente, toca
Você inocente, não sabe de nada
O quanto a sua boca aveludada
Em sonho os íntimos desejos provoca
E não há como a seu semblante
Ser todo indiferente,
Não há outro tão fascinante
Que simplesmente me seduza
E que eu me perca nas suas curvas
Enquanto você apenas com o olhar
Pelos caminhos do prazer me conduza
Ai de mim, ter que uivar ao luar
E compor poesias sem fim
E se ao ver você passar a minha frente
Eu hei de fazer a você assim, de repente,
E haverei em tornar em sim
A sua insistente recusa
Tal qual a de Ipanema, a de Jobim,
Não apenas uma cantada envolvente
Mas farei mais de mil poemas
E a deixarei sempre mais confusa
E você será dos versos a eterna musa